Em qualquer lugar do mundo, cabe ao poder público garantir direitos e oferecer serviços e políticas públicas de qualidade. Para isso, tem-se discutido amplamente a importância de fortalecer capacidades estatais, como a profissionalização da burocracia e a melhoria da capacidade de planejamento. No entanto, a legitimidade do Estado democrático não se sustenta apenas na eficiência na entrega de políticas públicas: é fundamental que essas políticas correspondam aos anseios da sociedade — e que a população perceba essa correspondência.
As capacidades estatais “político-relacionais” referem-se à habilidade do Estado de se relacionar de forma eficaz com a sociedade. Este projeto busca responder à seguinte pergunta: como o Estado pode fortalecer suas capacidades político-relacionais para construir políticas públicas mais eficazes e com maior legitimidade social?
Em um contexto de mudanças e incertezas sobre os rumos da relação entre Estado e sociedade, propomos uma metodologia que combina pesquisa qualitativa com elementos de pesquisa-ação, envolvendo diretamente os atores que participam dessas interações na construção das respostas à nossa pergunta. O projeto organiza-se em torno do mapeamento de iniciativas inovadoras de interação entre Estado e sociedade, da realização de entrevistas semiestruturadas com seus protagonistas e da condução de duas oficinas com atores sociais convidados a compartilhar experiências e refletir sobre os desafios e obstáculos enfrentados.
Como resultados, esperamos produzir relatórios de pesquisa, artigos acadêmicos, orientações em nível de pós-graduação e pós-doutorado, além de materiais que traduzam os produtos acadêmicos para uma linguagem mais acessível. Esses materiais poderão apoiar, de forma concreta, a formulação de iniciativas governamentais voltadas ao fortalecimento das capacidades político-relacionais do Estado.